domingo, 9 de janeiro de 2011
Duke
O grande personagem deste alvorecer da Era Dilma, é um sujeito oculto. Representa-o a oposição. Uma oposição que não se opõe.
Sumiram o PSDB e o DEM. O tucanato desperdiça o seu tempo em duas tarefas. Ambas estenuantes.
Parte dos tucanos eriça as plumas num profícuo debate em torno do significado e da serventia do vocábulo “refundação”.
Outro naco do tucanato dedica-se a selecionar as ferramentas para a liça dos próximos quatro anos. Foram à mochila, por ora, argamassa para as pontes e rendas para os punhos.
O passa-tempo dos ‘demos’ é mais simples. Contam-se os filiados que, exaustos da política longe do cofre, pendem para o bloco da ade$ão, liderado por Kassab.
Corta para a peça “Júlio César”, de Shakespeare. A cena mais lembrada é a a passagem em que os conspiradores, reunidos por Brutus, assassinam César.
No esforço que empreende para fugir do palco, a oposição não serve nem para César nem para Brutus. Serve, no máximo, para Cinna.
Cinna aparece na peça no instante em que os plebeus, açulados por Marco Antônio, saem à procura dos assassinos de César.
"Matem-no, é um dos conspiradores", grita um dos plebeus ao avistar Cinna. Alguém se apressa em informar que se tratava apenas de Cinna, o poeta.
E o plebeu: “Então, matem-no pelos seus maus versos!” E Cinna é trucidado.
Transposta para o cenário brasiliense, a encenação teria Lula no papel do plebeu exaltado: “Matem-no, é um oposicionista”.
Ao fundo, um figurante petista gritaria: “Não, não. É apenas fulano, um tucano. Ou beltrano, um ‘demo’.” E Lula: “Então, matem-no por sua insignificância”.
- Siga o blog no twitter.
Escrito por Josias de Souza às 23h13
0 Comentários:
Postar um comentário
Assinar Postar comentários [Atom]
<< Página inicial