Democratas pode estar 'desmoronando' no Estado de Mato Grosso do Sul

Valdelice Bonifácio

 

O partido Democratas, antigo PFL, pode estar à beira de um desmoronamento em Mato Grosso do Sul. Hoje, o deputado estadual Zé Teixeira, antiga liderança da sigla, disse que não sabe se permanece na legenda. Segundo ele o próprio presidente regional do partido, o vice-governador Murilo Zauith (DEM), também já teria mencionado o desejo de deixar a sigla. Zé Teixeira relata que está descontente com a falta de expansão da legenda. Há anos ele é um parlamentar solitário (sem bancada) na Assembleia Legislativa. O DEM não consegue eleger mais nomes para o Parlamento Estadual.
Nas eleições deste ano, Teixeira foi o vice-campeão das urnas para a Assembleia. Ele obteve 41.991 votos, mas que ele atribuiu ao fato de ter feito uma campanha mais técnica e melhor planejada.
“Dificilmente eu fico no Democratas. Eu saio pelo Estado arrumando a legenda e quando eu preciso de apoio em nunca tenho. Já até conversei com o Murilo sobre isso, ele também sinalizou o desejo de deixar o partido”, disse o parlamentar agora há pouco em meio à sessão da Assembleia Legislativa.
Teixeira não especificou os motivos pelos quais Murilo estaria desconfortável na legenda. O vice-governador perdeu as eleições para o Senado. No ano que vem estará sem mandato eletivo.
O deputado estadual não revela se já sondou algum partido sobre a possibilidade de filiação, mas adianta que caso deixe o DEM quer permanecer na base aliada ao governador André Puccinelli, do PMDB.
“Quero me filiar ao partido político de André Puccinelli”, diz para em seguida esclarecer que não está se referindo especificamente ao PMDB. “Deixa que os leitores deduzam o que eles quiserem”, sugere.
Contudo, Teixeira afirma que sua desfiliação ainda não é algo decisivo. Ele conta que pretende conversar com o deputado federal eleito pelo partido, o ex-secretário de saúde de Campo Grande, Luiz Henrique Mandetta para discutir uma possível reestruturação do DEM em MS.
“Precisamos reorganizar o partido para que o DEM seja forte no Estado. Até aqui não é”, comenta o parlamentar.
Caso se desfilie, Teixeira pode ser alvo de um processo por infidelidade partidária que pode lhe custar o cargo de deputado já que pela legislação atual, o mandato pertence ao partido e não ao político eleito. “Acho que não tem esse risco. O Murilo me daria uma carta de alforria e aí eu conservaria o mandato”, comenta, sem acrescentar detalhes sobre a ‘carta de alforria’.
A reportagem do Midiamax entrou em contato com Murilo Zauith. Mas, o vice-governador disse apenas que não pretende falar sobre questões políticas neste momento. 


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