Em Goiânia, Dilma critica "campanha do ódio" dos adversários
Mirelle Irene
Direto de Goiânia
Durante discurso proferido em comício em Goiânia ao lado do candidato do PMDB ao governo de Goiás, Iris Rezende, e do presidente Lula, a candidata do PT a presidência, Dilma Rousseff, condenou o que chamou de campanha do ódio promovida pelos adversários.
No comício do Jardim Curitiba, na periferia da capital goiana, a candidata criticou o PSDB, ao citar que os tucanos e seu aliado, o DEM, entraram no STF com ação para acabar com o Prouni. "Porque eles não tem generosidade e não olham para o povo trabalhador", disse. Dilma também disse que, em todas as eleições, há uma reação dos adversários quando estão se sentindo ameaçados. "O uso de falsidades, calúnias, mentiras e de expedientes não adequados. Mas, sobretudo, criam medos", acusou.
"Em 2002, fizeram isso com o presidente Lula", lembrou a petista, citando a campanha feita pelo PT na época - "a esperança venceu o medo". "Hoje criaram uma campanha de ódio, uma campanha tentando criar uma coisa que o Brasil jamais permitiu. O Brasil sempre foi o país da convivência, da tolerância, da paz. No Brasil, católicos, evangélicos, espíritas, pessoas de todas as crenças convivem de forma fraterna", apontou.
Segundo a candidata, seu partido e seus aliados tem a cultura da paz. "Não podemos deixar que nos transformem num País cheio de ódio. Quando há o ódio todo mundo perde e ninguém ganha", alertou. Para Dilma, a campanha do PT vai responder ao ódio "com gestos de amor", citando os programas do governo federal, como o Minha Casa Minha Vida, como exemplo. A petista lembrou que a eleição deste ano coloca duas opções ao eleitor, a de continuar mudando o País ou voltar atrás. A presidenciável lembrou a estatística do Caged que mostrou o que ela chamou de "marca histórica" de 14 milhões e 700 mil empregos formais gerados no Brasil. "Só no nosso governo nos criamos a metade de todos os empregos gerados na história do nosso País", comemorou. Dilma também disse que o governo Lula deu aumento de salário acima da inflação aos trabalhadores.
A candidata saudou os parceiros políticos em Goiás, e se disse honrada com o apoio de "grandes homens" no Estado. Fez uma referência especial ao candidato do PMDB ao governo do estado. "O Iris é um tipo de político que tem palavra, ação e que não tem duas caras. Fico muito honrada de nossa parceria política. Tenho certeza que você será eleito o próximo governador de Goiás", disse.
Dilma prometeu ajudar Goiás em um de seus pleitos mais importantes. "Nós vamos reconstruir a Celg. A Celg, que eles acabaram com ela", prometeu. Segundo Dilma, se eleita presidente, vai ter com a companhia energética goiana a mesma atenção que teve com todas as empresas do setor elétrico, e também a Petrobrás. "Nós não vamos deixar que eles privatizem o pré-sal. Ele é o nosso passaporte para o futuro", acrescentou, assinalando que o programa custeará os avanços sociais que o Brasil precisa.
"Voto em um projeto"
Discursando após Dilma, o presidente Lula pediu votos para ela e para Iris aos eleitores goianos. Ele começou seu discurso dizendo que seria breve, mas falou por quase meia hora para uma plateia ainda animada, e perto das 23h. O presidente da República lembrou da proximidade do dia da eleição do segundo turno e fez um alerta aos eleitores presentes. "A gente não está votando em um homem ou em uma mulher apenas. Não é isso, isso é muito pouco. Na verdade, a gente está votando em um projeto político", afirmou.
"Se a gente quer o Brasil do passado, ou se a gente quer construir o Brasil do futuro. É isso que esta em jogo", disse ainda o presidente. Lula também afirmou que não se pode esquecer que em 2003 recebeu um País diferente do de hoje das mãos dos tucanos. "Era um Brasil da privatização, do FMI, do desemprego, da desesperança e da falta de oportunidade", assinalou.
O presidente criticou a campanha do PSDB no Estado de Goiás. "Você está disputando uma eleição com um homem que está fazendo uma campanha que possivelmente você com sua experiência política nunca tenha visto uma campanha bilionária como a campanha do nosso adversário", acusou, se dirigindo a Iris Rezende (PMDB) e se referindo a Marconi Perillo (PSDB), adversário do peemedebista na disputa. "E não tem nada pior do que um político sem caráter", criticou.
O presidente voltou a insinuar também que o PSDB "quebrou" a Celg. Lula ainda disse a Iris que pergunte a Marconi no debate quanto o presidente da época do primeiro governo dele (FHC) investiu no governo estadual e quanto ele mesmo investiu em Goiás, mesmo sendo adversário do tucano. "Os tucanos tem o bico grande, eles são espertos, e tem um bico bonito, para uma lábia bonita. É só xaveco no ouvido da gente", disse Lula, arrancando gargalhadas da plateia.
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